Os Quatro Super Poderes de Um Lider

Nos últimos tempos tenho lido, em artigos, posts e comentários, algumas referências às novas, ou melhor, à necessidade de novas competências para os líderes do futuro, sempre no pressuposto que o futuro já começou. Estes artigos são escritos, quem sabe, influenciados por um viés de recência misturado com o viés de atribuição e uma pitada do viés de disponibilidade.

5/9/20243 min read

man in water during daytime
man in water during daytime

Nos últimos tempos tenho lido, em artigos, posts e comentários, algumas referências às novas, ou melhor, à necessidade de novas competências para os líderes do futuro, sempre no pressuposto que o futuro já começou. Estes artigos são escritos, quem sabe, influenciados por um viés de recência misturado com o viés de atribuição e uma pitada do viés de disponibilidade. No fundo, o que estes artigos querem transmitir, é que os tempos estão tão mudados, no sentido em que as tecnologias estão a acelerar as transformações económicas, sociais, culturais, ambientais e outros “ais”, e que levantam a questão, se os líderes serão capazes de absorver todas essas transformações e liderar! Vamos então responder a esta questão: Sim! A resposta está dada. Sim, os líderes serão capazes de absorver todas estas transformações e liderar! Este artigo poderia terminar aqui, mas acredito que alguém exigiria mais explicações. Pois então aqui vão elas!

O problema começou quando alguém resolveu colocar o Homem numa pista de atletismo a competir com as transformações ocorrentes. Vamos ficar pelos últimos quinhentos anos para que o exercício não seja maçador! Primeiro foi a revolução marítima, com as caravelas e todos os sistemas navegantes e o medo do desconhecido. Por volta da mesma altura tivemos a revolução da escrita com Gutenberg e quem teve medo foi o clero, depois a revolução industrial e a máquina a vapor, depois foi a revolução dos média, depois a revolução digital e agora a revolução da inteligência artificial. Nesta pista de atletismo, cada uma destas revoluções parece ofuscar o homem na sua dimensão, mas isso não passa de outro viés, neste caso de confirmação. Todas estas revoluções ocorrem neste período de 500 anos, contudo, o Homem, tal como o conhecemos, do ponto de vista evolutivo, está por aqui há pelo menos 200 mil anos. Ou seja, o Homo Sapiens Sapiens é o mesmo que era há duzentos mil anos. Alguns neandertais conseguiram chegar até hoje, mas isso é outro post.

Veja o seguinte: nos últimos 8 mil a 10 mil anos, é possível que tenham ocorrido mudanças evolutivas em algumas populações humanas, especialmente em resposta a pressões seletivas específicas. Por exemplo, a domesticação de plantas e animais, a transição para estilos de vida agrícolas e a urbanização podem ter influenciado a seleção de certos traços genéticos relacionados à digestão de amido, tolerância à lactose e resistência a doenças específicas. No entanto, em termos gerais, o período de tempo de 8 mil a 10 mil anos pode não ter sido suficiente para grandes mudanças evolutivas em escala populacional, como as que ocorreram ao longo de milhões de anos na história da evolução humana. Porquê 8 a 10 mil anos? Somente para ter a certeza que consigo cobrir o tempo que convencionamos chamar de história. Ou seja, para poder ser capaz de afirmar que não existe nada no período de tempo da nossa história que o homem não tenha sido capaz de gerir e liderar.

Vou por as coisas noutros termos: tragam de volta Julio Cesar, Cleópatra, Aristóteles, Newton, Leonardo Davinci, Alexandre, Gengis Kan, Jesus Cristo, Budha, Moisés, Hitler, Gandi, Ford, Andrew Carnegie, Rockfeller, Thatcher, Kennedy, Jack Welch, Edison, Tesla e Einstein só para mencionar alguns, para os tempos presentes e acham que teriam que os colocar em uma sala de formação para desenvolverem novas competências em liderança, empreendedorismo ou inovação?

O problema começa a manifestar-se quando começamos a “justa posicionar” desenvolvimento, seja ele tecnológico, social, económico, cultural, ou qualquer outro, com pessoas, como se, lá está, competissem em linhas diferentes de uma pista de atletismo. Não podemos confundir maiêutica com dialética correndo o risco de deitar fora o bebé com a água do banho.Vou explicar: maiêutica é o ato de dar à luz, é parto! Por essa razão não podemos “justa posicionar” o bebé relativamente à sua progenitora, pois é carne da sua carne e ossos dos seus ossos. Da mesma maneira que, ao cortar um ramo de uma árvore, ainda que o ramo seja mais pequeno, tudo o que a árvore é, assim também o é o ramo. Parta um pedaço de uma rocha grande e obtém apenas algo igual, na sua essência, mas apenas mais pequeno. Porra, que que eu quero dizer? Que nunca a criatura será maior que o seu criador.

A liderança é a mãe de todos os desenvolvimentos, é o fôlego criador, o FIAT LUX, é a mão que embala o berço, o génio da lâmpada. Tecnologia é Pinóquio, liderança é Gepeto! Enquanto existirem Homens seremos sempre capazes de liderar e aprender a liderar. Alguns vão ficar para trás, aqueles que deixaram de tolerar o glúten e a lactose, mas a maioria vai continuar, enquanto houver estradas para andar. Este final credito a Jorge Palma!

Ah, já me esquecia, não existem nenhuns quatro super poderes!